SHIVA

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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

SHIVA E AS SERPENTES









Um certo dia Shiva estava descendo de seu monte Kailasa, e começou a contemplar todas as criaturas. Assim, viu nas selvas dos Himalaias um poderoso leão, respeitado por sua ferocidade e admirado por seu porte, que perambulava pelos intrincados caminhos; observou o tigre, as gazelas, o cordeiro, os pássaros, descobrindo com profunda alegria os cuidados e esmeros que havia tido seu irmão Brahma quando lhes deu suas formas adequadas. Por uma ou outra razão, todos eles eram queridos, procurados e elogiados. Mas, quanto sofreu ao ver as serpentes, fugindo sempre das águias, dos homens de todo mundo!

- Ó Senhor da Piedade! - queixou-se tristemente Takshaka, o rei das serpentes. - Ninguém nos quer; absolutamente ninguém! Homens e animais procuram sempre nos matar! Não há em todo o reino deste mundo, criatura mais desditosa que o réptil...

E o senhor Shiva, com infinito amor, alçou várias delas e lhes disse:

- Como ninguém vos ama, dar-vos-ei meu coração e proteger-vos-ei com todo zelo.

E assim o fez. Para que ninguém as atacasse, acolheu-as junto dele. Timidamente, algumas se enroscaram em seus braços, outras em seu pescoço e cabeça.

Desde aqueles remotos tempos, pintores e escultores vêm fazendo quadros e estátuas do deus Shiva e suas serpentes... Muitos procuram um estranho simbolismo neste fato, cujo verdadeiro significado é o infinito amor que Shiva prodigaliza aos desamparados. Entre estes, também está o homem. O Senhor da Misericórdia, dá abrigo àqueles que o mundo rejeita, pois sabe que o Deus Desconhecido depositou sua essência em todas as criaturas, ainda que estas sejam - na aparência - decrépitas ou mentalmente aleijadas. Eis porque ele também ama os maus:

Logo serão perfeitos - diz suspirando. - Chegarão a descobrir-se e ser realmente o que são, isto é,
filhos de nosso Pai Celeste.


Desta forma, Shiva vai de era em era, de cultura em cultura, ensinando às almas o caminho do retorno à Morada Eterna.

Fonte: http://www.mundodasmensagens.com/mensagens-shiva/

sábado, 24 de janeiro de 2015

SHIVA O DESTRUIDOR

SHIVA
Por Ana Lúcia Santana






No Hinduísmo o Deus Único, como em praticamente todas as doutrinas religiosas tradicionais, se divide em uma Trindade, conhecida como Trimûrti. A que envolve Shiva se desenvolve em um período tardio da história hindu, como fruto de duas trindades reinantes na era pré-védica. Ela une Brahma, ‘o Criador’, Vishnu, o ‘Conservador’, e Shiva, ‘o Destruidor e Regenerador’. Este trio condensa três potências essenciais, conhecidas como gunas.
Sattya é a virtude inerente a Vishnu, indicando a energia interior que tudo agrega, a claridade que ilumina o consciente. Já Tamas é a qualidade de Shiva, representando o poder de disseminação, de destruição, as sombras de onde o Universo flui e para as quais ele retorna. Rajas é a potência sem a qual tudo permaneceria em repouso, inerte; ela extrai da relação dialética entre as outras duas forças o material imprescindível para instaurar a geração do novo, pelo qual Brahma é o responsável, abalando assim a inércia.
Shiva e sua companheira Parvati simbolizam o dualismo presente no Universo Revelado – a esfera do Espírito e a da Matéria, de Purusha e de Pakriti. Shiva não pode ser considerado simplesmente aquele que tudo devasta, pois ele desintegra o velho para edificar o novo. Deste ponto de vista ele pode ser visto como um restaurador, que revigora antigas forças, transmuta tudo à sua volta. As expressões mais primitivas desta divindade são encontradas no Neolítico, por volta de 4.000 a.C.
Neste período ele era representado como Pashupati – ‘pashu’, animais, feras; e ‘pati’, senhor, mestre -, o Senhor dos Animais, que simboliza o potencial telúrico, suas energias masculinas. Além desta conotação, ele pode igualmente se referir aos sentimentos e impulsos mais primitivos, como o orgulho, os instintos sexuais mais primários, o ódio, entre outros. Este mestre das feras é a expressão máxima de um ser que venceu suas bestas interiores e aprendeu a coexistir com elas. As lendas sobre Pashupati indicam a necessidade absoluta de se aceitar a existência destes animais dentro de cada um, para que então se possa transcendê-los.
Shiva também é conhecido como o criador do Yoga, imediatamente associado a Shiva por constituir uma modalidade que, ao ser praticada, gera mutações orgânicas, psíquicas e emocionais. Ele é o deus que está acima de todos na sua categoria, portanto chamado Mahadeva; o artífice da paz, assim 

respeitado como Shankara; e o generoso, portador da felicidade, o Shambo 

ou Shambhu. Shiva, aliás, significa no hinduísmo ‘o Benéfico’, e pertence à 

primeira classe dos deuses.

Esta divindade está presente no momento da geração do Universo, como 

semente oculta, e no fim de tudo, como elemento de destruição e renovação, 

quando toda existência funde-se novamente ao que Não se Manifesta. Sua 

iconografia o apresenta portando o Trishula, instrumento na forma de um 

tridente que tem como missão debelar toda ignorância existente no Homem. 

Suas três extremidades simbolizam os três gunas acima descritos, a inércia, o 

movimento e o equilíbrio.











Shiva vem acompanhado também da fatal serpente Naja, a qual, envolta em 

sua cintura e no seu pescoço, confirma o controle do deus sobre a morte, a 

conquista da imortalidade. Do alto de sua cabeça flui um jato de água, o 

próprio rio Ganges que desponta de seus cabelos. Conta-se que o Ganges ou 

Ganga era muito tumultuoso e arrebatado, portanto demoliria o Planeta com o 

poder de sua queda sobre a superfície. Assim, para evitar uma catástrofe, 

Shiva atendeu os pedidos humanos e concedeu que o rio aterrissasse 

inicialmente em sua cabeça, amenizando o choque. Desta forma, o Ganges 

pode se derramar sobre a Terra, fluindo naturalmente por todos os seus 

recantos.

Seu símbolo fálico, conhecido como Lingam, ‘emblema, distintivo, signo’, 

simboliza a ferramenta criadora, o poder da vida, a potência masculina ligada 

à criação do Universo. Cultuar e ste símbolo é como adorar o próprio Shiva.

 O tambor por ele tocado está relacionado à presença do som no nascimento 

do Cosmos; através de seus acordes o deus instaura no Universo o ritmo 

fundamental e marca os movimentos de sua dança. Com a suspensão 

momentânea do toque deste instrumento, o Universo se dilui e só ressurge 

quando ele volta a tocá-lo.


fonte: infoescola

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

PORQUE EU? MENSAGEM DE MAITREYA



Por que eu? – Mensagem de Maitreya // Ver, Falar e Evoluir -  Por Saul Brandalise Jr.

Part l


Sempre que estiver sofrendo, passando por privação ou com dificuldade de elevação, a alma, em sua escuridão grita e diz: “Por que eu? O que eu fiz para merecer isto?”

Se a alma estivesse no estado de bem-aventurança permanente e felicidade, sem contenda ou problema, não haveria aprendizado porque esses estados não permitem isso. Quando há paz e felicidade, só existe isso. O propósito da alma no plano terrestre é crescer e expandir, se elevar ainda mais alto, e se libertar para sempre do plano terrestre.

Por exemplo, durante a encarnação pode-se experimentar períodos de luta, de perda de emprego, de restrições financeiras, ou de ataque de todos os que estão ao redor. Quando isto acontece, o Eu normalmente passa na frente e começa a reclamar bem alto:

“Por que eu?”, sendo esta uma pergunta costumeira.

Tudo é visto de um ponto de vista negativo. Raramente a experiência é vista como uma oportunidade para mudar, para sair de uma situação de estagnação, ou para avançar para coisas maiores e melhores.



Sim, tudo que vem na forma de dificuldade é uma bênção só se você conseguir vê-la.


Há muitos anos o meu canal passou uma situação muito difícil em que ela perdeu seu negócio e seu casamento ao mesmo tempo, e até se viu mudando do país em que ela vivia. Ela recebeu um aviso, através de uma leitura que isto poderia ocorrer, quando ocorreu, ela só conseguia enxergar negativamente. Até no aeroporto, esperando para deixar o país, ela ainda estava negativa, dizendo: “Não consigo ver nada para mim no novo país.”


A negatividade dela em relação à situação a impedia de ver seu futuro e as oportunidades que estavam lá. É por isso que ela não conseguia “ver”. Nove meses depois ela tinha uma nova vida, um programa de rádio bem popular, uma nova carreira em jornalismo, e muita felicidade. Sua jornada para outro país lhe trouxe muito sucesso e alegria, muito mais do que se ela tivesse ficado onde ela vivia.

PARTE 2

Muito frequentemente o gênero humano olha para o negativo quando as coisas acontecem ao invés de olhar para o positivo. Você sempre teme o pior, normalmente porque isso é tudo que a vida lhe proporcionou no passado e porque você só permitiu o negativo na sua vida.

Tente não deixar a adversidade desapontar você.

Quando ela vem, considere-a um amigo que pode lhe dar um trampolim para uma situação melhor ou até uma vibração mais alta.

Não há acidentes, tudo acontece por uma razão. Pode ser triste deixar coisas para trás, avançar, passar dificuldade (como você a vê), e ter frustração em sua vida, mas todas essas questões permitem o crescimento de sua alma, se a alma permitir que as mudanças aconteçam e não ser contra a mudança. Quanto mais você vai contra, mais dificuldade você irá encontrar.

Se você olhar a situação como uma época de crescer, avançar e expandir sua vida, é isso que você irá atrair para a sua energia porque seus pensamentos irão criar sua realidade.

Se você olhar as mudanças com medo, dúvida ou qualquer outra emoção negativa, então é isto que você vai atrair para a sua energia – uma situação negativa.

PARTE 3

Cada alma nesta vida passará por felicidade e alegria, tristeza e mágoa, tudo isto é planejado para ajudar a alma crescer e avançar. Frequentemente a adversidade pode ser o resultado de ações da vida passada ou porque a alma escolheu que era hora de crescer.

Um exemplo disto é a história de um casal norte-americano na Itália, cujo filho foi baleado e morreu. Eles não permitiram que a morte do filho fosse uma experiência negativa. De fato, eles doaram os órgãos do filho para que outros pudessem viver. Na hora do sofrimento, eles não pensaram neles, mas nos outros, uma verdadeira saída do negativo.

Na próxima vez que você estiver passando por uma pequena dificuldade ou privação, ao invés de dizer: “Por que eu?” pergunte-se: “Que ocorrência maravilhosa se realizará por causa disto?” e então deixe que aconteça.

Você saberá!

Maitreya

Fonte:

http://www.trabalhadoresdaluz.org/site/?p=1611

MESTRE GAUTAMA - BUDA


MESTRE GAUTAMA - BUDA



Buda (sânscrito-devanagari: बुद्ध, transliterado Budha, que significa Desperto, Iluminado, do radical Budh-, "despertar") é um título dado na filosofia budista àqueles que despertaram plenamente para a verdadeira natureza dos fenômenos e se puseram a divulgar tal redescoberta aos demais seres. "A verdadeira natureza dos fenômenos", aqui, quer dizer o entendimento de que todos os fenômenos são impermanentes, insatisfatórios e impessoais. 


Tornando-se consciente dessas características da realidade, seria possível viver de maneira plena, livre dos condicionamentos mentais que causam a insatisfação, o descontentamento, o sofrimento. Do ponto de vista da doutrina budista clássica, a palavra "Buda" denota não apenas um mestre religioso que viveu em uma época em particular, mas toda uma categoria de seres iluminados que alcançaram tal realização espiritual. Pode-se fazer uma analogia com a designação "Presidente da República" que refere-se não apenas a um homem, mas a todos aqueles que sucessivamente ocuparam o cargo. As escrituras budistas tradicionais mencionam pelo menos 24 Budas que surgiram no passado, em épocas diferentes. O budismo reconhece três tipos de Buda, dentre os quais o termo Buda é normalmente reservado para o primeiro tipo, o Samyaksam-buddha (Pali: Samma-Sambuddha). A realização do Nirvana é exatamente a mesma, mas um Samyaksam-buddha expressa mais qualidades e capacidades que as outras duas. Atualmente, as referências ao Buda referem-se em geral a Siddhartha Gautama, mestre religioso e fundador do Budismo no século VI antes de Cristo. 




 Ele seria, portanto, o último Buda de uma linhagem de antecessores cuja história perdeu-se no tempo. Conta a história que ele atingiu a iluminação durante uma meditação sob a árvore Bodhi, quando mudou seu nome para Buda, que quer dizer "iluminado" Existe uma passagem nas escrituras [Anguttara Nikaya (II, 37)] - a qual é freqüentemente interpretada de maneira superficial - na qual o Buda nega ser alguma forma de ser sobrenatural, mas esclarece: "Brâmane, assim como uma flor de lótus azul, vermelha ou branca nasce nas águas, cresce e mantém-se sobre as águas intocada por elas; eu também, que nasci no mundo e nele cresci, transcendi o mundo e vivo intocado por este. Lembre-se de mim como aquele que é desperto." Com isso ele rejeitava qualquer possibilidade de ser tomado como um Deus, mas reafirmava a característica transcendente da sua vivência espiritual e do caminho de libertação que oferecia para os demais seres. Nesse sentido, o Buda exerceu um papel importante de democratização da religião que, até então, estava sujeita ao arbítrio da casta dos brâmanes. Para Sidarta Gautama não há intermediário entre a humanidade e o divino; deuses distantes também estão sujeitos ao carma em seus paraísos impermanentes. O Buda é apenas um exemplo, guia e mestre para os seres sencientes que devem trilhar o caminho por si próprios. Dentre as religiões mundiais, a maioria das quais proclama a existência de um Deus criador, o budismo é considerado incomum por ser uma religião não-teísta. Para o Buda, a chave para a libertação é a pureza mental e a compreensão correta, e por esse motivo ele rejeitou a noção de que se conquista a salvação implorando para uma deidade distante. De acordo com o Buda Gautama, a felicidade Desperta do Nirvana que ele atingiu está ao alcance de todos os seres, porém na visão ortodoxa é necessário ter nascido como um ser humano. No Tipitaka - as escrituras budistas mais antigas - fala-se dos numerosos Budas do passado e suas vidas, bem como sobre o próximo Bodhissatva, que é chamado Maitreya. Budas são freqüentemente representados em estátuas. Algumas formas comuns incluem: Buda sentado, como na escultura da Dinastia Tang acima Buda deitado Buda em pé Hotei, o "Buda fofo e sorridente", geralmente visto na China, que no senso estrito não é uma estátua do próprio Buda. A maior parte das representações do Buda contém certas marcas que simbolizam sua iluminação. Essas marcas variam de acordo com a região, mas três se destacam: Uma protuberância no topo da cabeça (simbolizando uma grande acuidade mental) Longos lóbulos auriculares (simbolizando uma grande percepção) Um terceiro olho (simbolizando, também, grande percepção) Buda, o Nono Avatar de Vixnu De acordo com a tradição vixnuísta (os adoradores de Vixnu), o Buda é considerado o nono avatar de Vixnu. A encarnação de Vixnu é mais antiga, nascida em Gaya (Índia) e que data do terceiro milênio após o desaparecimento de Críxena, há mais de 5 mil anos. Segundo as escrituras seguidas pelos vixnuístas (Bhagavata Purana, Vishnu Purana), essa encarnação surgiu para eliminar a matança de animais durante os sacrifícios védicos e não ensinava a doutrina advaita como a do sábio Gautama, pregada por Sidarta, seguidor da linha filosófica de Gautama (daí o nome Sidarta Gautama) e que deu origem ao atual budismo. Guerreiro que pertencia a uma linhagem nobre, à casta tribal dos Shakyas e à dinastia dos Munis. Venceu-se a si próprio e tornou-se Príncipe da Alma e alcançou o estado de Iluminação (BUDDHA). Descobriu as Quatro escolas e as cinco Ciências. Também é conhecido pelo nome de Shakyamuni. Foi uma das encarnações Divinas. Havia sido antes KRISHNA. Deixou a noção do DHARMA da Iluminação sobre a Terra. Dirigiu a Hierarquia de Iluminação desde 1954 a 1988, quando SANAT Kumara regressou à Terra. Integra a hierarquia dos Reis do Mundo, AMUNA KHUR. Cabeça da hierarquia Divina na Terra, dirige a difusão do Conhecimento, Iluminação e a Compaixão sobre o Planeta. Pelo seu Incomensurável Amor sustentará o equilíbrio da Terra, envolvendo-a e a todas as emanações de vida com a Sua incalculável Aura Rosa, do Puro Amor Divino, para que tudo possa evoluir e adquirir a sua própria Luz e o planeta adquirir a evolução e a luminosidade necessárias para evitar sua desintegração do Sistema Planetário e integrar-se, no tempo determinado, com os planetas já evoluídos, do nosso Sol Hélios e Vesta. NOSSOS IRMÃOS BUDISTAS O budismo tem sua origem nos ensinos expostos pelo Buda Sakyamuni na Índia, há aproximadamente 3.000 anos. Este grande homem de sabedoria, embora nascido como um príncipe, deixou seu palácio e título, dedicando incessantes esforços para atingir a iluminação, e lançou a luz da felicidade humana sobre o povo indiano. 







 Nos dias de Sakyamuni as pessoas não tinham forte interesse em manter exatos registros históricos. Antes de registrarem as datas dos eventos mutantes na sociedade, estavam muito mais interessadas em descobrir o significado atrás de tais eventos em relação à natureza eterna do universo. Neste sentido, o ambiente cultural indiano estava propício à formação de profundos pensamentos filosóficos e religiosos, O fruto deste ambiente cultural foi naturalmente o budismo, o desafio de Sakyamuni ao bramanismo e aos outros pensamentos estabelecidos. Nascido como filho dos governantes do reinado dos Sakya, rei Suddhodana e rainha Maya, o iluminado foi chamado de Siddhartha Gautama, ou seja "aquele que realiza todos os desejos", indicando que todos os desejos de Suddhodana foram realizados após o nascimento de seu filho e a subseqüente prosperidade que veio ao seu país. O local de nascimento de Siddhartha foi Lumbini, a aproximadamente 15 milhas de Kapilavastu, atualmente localizada nas planícies de Terai, no Nepal. Naquela época, essa região era fértil e pacífica, e seus habitantes tinham uma vida voltada à agricultura. O nome Suddhodana, que significa "arroz leitoso puro", refere-se ao fato de Terai ter sido uma região de rica colheita de arroz. Contudo, a despeito de sua prosperidade agrícola, Kapilavastu sofria com a situação política turbulenta. Não era um país completamente independente, mas obrigado a pagar tributos à potência vizinha, Kosala. Vendo o precário estado de sua pequena e impotente tribo que estava destinada a ficar sob o governo das potências vizinhas, esperava-se que Siddhartha, o príncipe herdeiro do clã dominante, suprisse a necessidade de liderança no futuro. 


A mãe de Siddhartha morreu sete dias após seu nascimento e assim o príncipe foi criado por sua tia Mahaprajapaty. A morte de sua mãe teve uma grande influência no jovem que mais tarde se tornou muito interessado pela questão da morte. Seu pai tomou muito cuidado com seu introspectivo e calmo filho e deu-lhe especial treinamento em literatura e artes marciais. Como um menino, Siddhartha foi deliberadamente protegido do lado mau da vida. Diz-se que ele foi criado em três locais, um em cada uma dessas estações: inverno, verão e monção. Seu pai cercou-o de opulência a fim de impedi-lo de ver as realidades da vida que o pudessem fazer renunciar à sua vida como um príncipe. Ele cresceu como um fino homem com uma notável personalidade, qualificado em todos os aspectos a ser um grande líder. A despeito de sua instrução luxuosa, Siddhartha possuía uma aguda sensibilidade e um profundo amor pela justiça, que o animaram a superar as condições difíceis em seu pais e a meditar profundamente sobre o destino do homem. Preocupado com a introversão de seu filho, o rei procurou ligá-lo à vida mundana. 


Quando tinha dezesseis anos, o jovem príncipe, embora desejasse tornar-se um asceta, concordou em se casar. Siddhartha concordou com a condição de encontrar uma moça "de perfeitas maneiras, verdadeira, modesta, simpática, de bom temperamento, de berço digno, jovem e bela, mas não orgulhosa de sua beleza, caridosa, abnegada, suave como uma irmã ou uma mãe, não interessada em música, perfumes, festividades ou vinho, de pensamentos, palavras e ações puros, a última a dormir e a primeira a se levantar na casa em que moraria." Siddhartha escolheu Yasodhara para ser sua esposa e tiveram um filho, Rahula. Todavia, seu casamento de prazer e pompa somente aumentou seu descontentamento. Os primeiros passos para a iluminação Um dia ele pediu para visitar os jardins reais. No caminho, contudo, ele viu um homem muito velho cruzando seu caminho e assim retomou triste ao palácio. Numa outra visita, encontrou um doente ardente em febre. Na terceira visita, viu um homem morto. Ainda numa quarta aventura, ficou impressionado quando se encontrou com um monge (bhiksu) errante, que tinha renunciado ao mundo a fim de levar uma vida austera na procura da iluminação espiritual. "Ele vive", disse seu cocheiro, "sem paixão ou inveja e mendiga seu alimento diário". O príncipe respondeu: "Está muito bem e anseio pelo mesmo curso de vida: se tomar-se religioso é louvado até mesmo pelo sábio, este será o meu refúgio e o de outros, produzindo o fruto da vida e da imortalidade". Diz-se que os jovens indianos, especialmente os da classe superior daqueles dias, basicamente procuravam dois ideais: ou tomar-se um líder militar ou um mestre espiritual. Siddhartha Gautama escolheu o segundo e tomou-se um asceta. 






Sua escolha pode bem ser chamada de escolha entre a paz e a guerra. Ele estava firmemente determinado a buscar a verdade eterna que possibilitasse a verdadeira felicidade para a vida em vez da fama temporária ou riqueza que muda caprichosamente com o passar do tempo. Hoje, os eremitas são vistos como pessoas que tem um modo de vida incomum ou pessimistas separadas dos assuntos mundanos. Mas, naquela época, tornar-se um eremita era considerado um assunto natural para os intelectuais que procuravam a verdade da vida. Após o nascimento de seu filho, que poderia tornar-se seu sucessor, Siddhartha tentou separar-se de sua família e do trono. Ele estava destinado a encontrar a solução para os sofrimentos humanos - velhice, doença e morte. No dia da renúncia, Siddhartha pensou em dar uma olhada em seu filho, e dirigiu-se aos aposentos de Yasodhara. Sua esposa estava adormecida em seu leito, com sua mão descansando suavemente sobre a cabeça de seu filho. Siddhartha parou antes de entrar no aposento e pensou: "Se levantar a mão de Yasodhara e abraçar meu filho, ela acordará e minha partida será impedida. Retornarei e vê-lo-ei após ter atingido a iluminação. Ele viajou uma grande distancia para visitar Magadha, então o centro cultural e político da índia, determinado a buscar novos pensamentos e cultura. Em Magadha vários monges sérios estavam reunidos de todos os cantos do país. Entre eles estavam as seis principais figuras que tinham começado a destruir o sistema de valor estabelecido pelo bramanismo. Ele viu-se descontente com o extremo negativismo e os rigorosos mandamentos deles, e procurou instrução de duas outras autoridades brâmanes, mas também viu que de nada adiantava. Convenceu-se de que a prática de meditação deles não devia ser considerada o próprio fim, mas os meios pelos quais atingiria a iluminação para o verdadeiro significado da vida e da morte. A procura de algo mais profundo, Siddhartha deixou o eremitério da Rajagrha, a capital de Magadha, e recolheu-se na floresta próxima de Uruvilava-grama, uma vila situada às margens do rio Nairanjanana. Visto que o ascetismo rigoroso era visto como algo essencial para se atingir a iluminação, ele submeteu-se a uma severa e rigorosa disciplina durante seis anos. 



Comeu apenas um grão de arroz ou uma semente de gergelim por dia, praticou a redução da sua respiração, submetendo-se a um ascetismo tão extremo, que alguns pensaram que ele havia morrido em razão do seu aspecto desgastado e raquítico. Todavia, ele possuía a convicção de estar praticando a mais completa forma de automortificação, sem paralelo no passado, presente e futuro. Entretanto, tudo isso levou-o apenas a concluir que esse ascetismo não era o caminho para a iluminação ou liberação. A seguir, renunciou à prática da automortificação, não abandonando porém, o seu objetivo; pelo contrário, sua renúncia constituiu o passo mais significativo para a sua iluminação. Ele abandonou o caminho até então seguido, e decidiu recuperar a resistência física. Primeiramente, purificou seu corpo num rio e então comeu uma tigela de alimento trazida por uma criada da vila. Quando os cinco ascetas que o acompanhavam viram-no alimentando-se com leite, mel e arroz, concluíram que Siddhartha havia se entregado ao comodismo, e voltaria logo à vida de prazeres. Apesar disso, estava orgulhoso e confiante nos resultados de sua procura solitária pelo Caminho Médio, entre o vazio do ascetismo e a frívola procura dos prazeres.






 Vestido com farrapos, sentou-se num gramado sob uma tília, que mais tarde foi denominada árvore bodhi ou árvore da sabedoria. Penetrando mais e mais profundamente em seus pensamentos, passou por várias etapas de sua compreensão. Lutou para atingir a grande iluminação e nuca deixou-se levar pelo exército de tentações e desejos mundanos que procuraram impedi-lo; preferia morrer lutando a viver no fracasso. Durante sete semanas meditou e chegou à vitória. Na madrugada do qüinquagésimo dia sua visão de sabedoria captou num relance a verdade última da sua vida. A iluminação Naquele exato momento, Sakyamuni compreendeu que a vida se estende por todo o universo, desde o passado sem limites até o eterno futuro. Ele não somente compreendeu a essência da vida do universo, como percebeu que a sua própria vida estava respirando em perfeita harmonia com todo o ritmo cósmico. Sakyamuni mostrou então ser um Buda, o Iluminado. 


Ele compreendeu totalmente a lei da causalidade: o destino de toda a humanidade que permeia as três existências da vida. Naquele momento, nasceu o budismo, que começou a expandir as ondas de sua imensurável influência na história da humanidade. Com a iluminação, ele havia sem dúvida encontrado o meio de superar todos os sofrimentos humanos - o nascimento, a velhice, a doença e a morte. Simultaneamente, descobriu ainda que, o que havia experimentado estava além da descrição por palavras, embora não fosse nada sobrenatural ou além da capacidade humana. Sakyamuni percebeu que todos os sofrimentos provém de as ilusões e a natureza obscura dos homens ocultarem o estado de Buda que todos possuem. 0 Buda compreendeu, todavia, que as pessoas jamais poderiam compreender a real profundidade da Lei Mística da vida, se esta lhes fosse diretamente apresentada. Ele se preocupou em como fazer com que a lei da causalidade fosse compreendida por todos aqueles que sofrem das miríades de dores espirituais e doenças físicas. Como se fosse um excelente médico, o jovem de trinta anos surgiu diante de seus pacientes abatidos e explicou-lhes a lei da vida, de acordo com a seriedade de suas moléstias. 0 Buda foi um filósofo e mestre de inigualável sabedoria; era dono de coragem sem igual em sua prática religiosa. Ele foi um extraordinário mestre que guiou os corações do povo indiano. O Buda começou a devotar a sua vida para transmitir a sua filosofia as pessoas comuns. Tendo encontrado a grande solução da profunda verdade da vida, questionou a quem poderia, em primeira mão, revelar a verdade. Lembrou-se, então, dos cinco errantes que haviam sido seus companheiros, e viajou para Sarnat (Parque dos Gamos) em Benares, onde eles e muitos outros ascetas levavam uma vida religiosa. O primeiro sermão do Buda foi pregado aos amigos próximos que, com ele, haviam praticado a automortificação. 








Vivendo entre eles, o iluminado agiu confiantemente, ensinando-os a chegar ao conhecimento do Caminho Médio, segundo as Quatro Nobres Verdades e o Caminho Octuplo. Com base nestas doutrinas, mostrou-lhes os caminhos fáceis e concretos com que poderiam extinguir os desejos incontroláveis e persistir na busca, até entrar no Nirvana. Sakyamuni não lhes apresentou diretamente a essência do Nirvana; primeiramente, teve que usar expedientes, meios de praticas fáceis e temporárias, que se adaptavam a ilimitada compreensão de cada um. Dessa forma, os cinco ascetas puderam compreender os sermões, tornando-se seus discípulos. A Propagação O Buda expôs os seus ensinos através de diálogos com os seus adeptos. Naquela época, um crescente número de pessoas começava a abandonar o bramanismo tradicional em favor da nova religião, pois os ensinos do Buda eram uma nova interpretação da vida, muito além das doutrinas bramanistas, sendo ainda transmitidos através dos pensamentos populares da época. O bramanismo havia estabelecido um rígido sistema de castas, onde apenas os brâmanes eram considerados legítimos intermediários entre o homem e Deus. 0 povo indiano era dividido em quatro classes, sendo proibida a mistura de elementos de castas diferentes. As normas sociais implantaram as raízes de uma atitude resignada nas profundezas do coração do povo. O Buda era totalmente contrário à dominação por classes e ensinava que todos os homens eram fundamentalmente iguais, apesar de suas diferentes habilidade. Isto fez com que as pessoas de todos os níveis , desde os brâmanes aos sudras (na época, a classe mais baixa na sociedade da índia), se convertessem ao budismo. Um outro ponto inédito e essencial dos ensinos do Buda foi a lei da causalidade - o ciclo eterno do existente e do potencial. Dessa forma, o budismo espalhou-se por toda a Índia, devido à sua natureza democrática e lógica, recebendo o apoio dos plebeus e dos reis, dos pobres e dos ricos, através de todo o território.






 É digna de nota a conversão do rei Bimbisara, de Magadha, além de outros eminentes brâmanes que tiveram grande influência no futuro desenvolvimento do budismo. Entre os discípulos do Buda, havia dez discípulos que se destacaram pela capacidade, e que se dedicaram a propagação dos ensinos do seu mestre. Sakyamuni fez com que os Dez Grandes Discípulos desenvolvessem suas respectivas virtudes e qualidades, para formarem outros discípulos. Primeiramente, os ensinos foram pregados nas áreas de Rajagrha, Magadha e Índia Central. Mais tarde, estenderam-se pela região de Shravasti, em Kosala e na Índia Setentrional, onde um mosteiro foi doado por Sudatta, um rico e fervoroso discípulo, para uso nas estações chuvosas. Lá, Sakyamuni passou metade de sua vida expondo incessantemente os seus ensinos. No final, dois terços da população de Shravasti converteram-se ou aceitaram os ensinos do Buda. Entretanto, a propagação não era tarefa fácil. Sakyamuni teve que continuar lutando tenazmente contra as ameaças incessantemente fomentadas pelos brâmanes, assim como pelo seu próprio primo, Devadatta. As grandes adversidades sofridas por Sakyamuni e seus seguidores serviram ainda mais para demonstrar o resultado real da prática baseada no espírito de abnegação. Sem o desafio corajoso e tenaz em sua vida, uma pessoa não pode ter esperanças ou progressos futuros. Apesar de encontrar inúmeras dificuldades, Sakyamuni foi destemido em seu objetivo de propagar a iluminação e a felicidade entre seu povo. Apesar de perceber claramente as contradições inerentes no sistema de castas, Sakyamuni não procurou causar uma mera revolução no sistema social. Sabendo que a causa direta do sofrimento não se encontrava em outro lugar senão no coração de cada pessoa, procurou ensinar a todos o caminho pelo qual poderiam transformar seus próprios destinos. Foi muito caloroso com seus discípulos, e ao mesmo tempo rigoroso, afim de ensinar-lhes as verdadeiras responsabilidades como seres humanos e levá-los a uma existência perfeitamente livre. Ele estava ciente de que somente a felicidade individual generalizada poderia resultar na segurança da sociedade como um todo. Esse ideal foi colocado em prática em sua ordem religiosa, denominada Sangha, cujos membros eram unidos pela fé comum, buscando igualmente o verdadeiro caminho da vida, independente de seu nível social. Quando o budismo, partindo de Shravasti, propagou-se pelas outras cidades, Sakyamuni teve que passar a preocupar-se com o crescente número de sacerdotes e crentes leigos. Diversas vezes, deu orientações básicas para manter a ordem religiosa no caminho correto da fé. A intenção do Iluminado não consistia em carregar seus discípulos com o peso das obrigações, mas permitir-lhes descobrir infalivelmente a vida do grande Caminho Médio. Entretanto, é verdade que, após o falecimento do Buda, muitos mandamentos foram criados para administrar a ordem. Por essa razão, o budismo é freqüentemente encarado como um ensino de preceitos imoderados ou práticas ascéticas. Para ensinar seu conceito iluminado de humanismo, o Buda viajou por rotas de caravanas durante toda a sua vida. Em seus últimos dias, tristes eventos ocorreram. Seus dois discípulos de maior confiança, Sharihotsu (Shariputra) e Mokuren (Maudgalyayana) faleceram. Estes dois líderes freqüentemente auxiliaram as pregações do seu mestre e, nos momentos críticos, protegeram-no das tramas de Devadatta. Apesar de entristecido com a morte desses dois discípulos, Sakyamuni encorajou os seguidores que estavam igualmente em desespero, ensinando-lhes que não deveriam jamais se abalar com os aspectos mutáveis da vida, mas esforçarem-se sempre para desenvolverem seu caráter. Nesse meio tempo, o Reino Sakya caiu sob o domínio de Kosala. A terrível situação serviu somente para estimulá-lo a continuar sua jornada para que todos pudessem reconhecer o indestrutível mundo interno que ele havia descoberto. A procura da verdade última da vida Após a queda de sua terra natal, Sakyamuni retornou a Rajagrha, em Magadha, onde permaneceu por um certo período. No Pico da Águia, a certa distância da cidade, continuou a pregar diversos ensinos aos seus discípulos e compilá-los mais tarde no que seria o Sutra de Lótus. Tendo recuperado as forças na montanha, o Buda recomeçou as viagens, apesar de contar com oitenta anos de idade. Juntamente com Ananda, cruzou o do Ganges, em direção a Vaishali, continuando a pregação as pessoas com quem encontrava, de Vaishali, dirigiu-se a Pava, parando numa floresta, cujo proprietário era um homem de nome Cunda. Entusiasmado por ouvir os ensinos do Buda, Cunda, um ferreiro, convidou-o para comer em sua casa, onde preparara uma refeição com toda a sinceridade. Entretanto, após a refeição, foi acometido de uma terrível enfermidade. Porém, lúcido e com pleno controle, suportou-a sem lamentações. Após uma leve recuperação, juntou suas energias para prosseguir, mas foi impedido por uma recaída. Kusinagara, a sudeste de sua terra natal, Kapilavastu, foi o local de seu último suspiro. Ali chegando, o Buda percebeu que sua hora havia chegado, e pediu a Ananda que fizesse uma cama entre duas árvores sala gêmeas para que pudesse deitar-se. Enquanto permanecia deitado, veio um caminhante que, tendo ouvido sobre a morte iminente do Buda, desejava falar com ele, para solucionar algumas dúvidas. Ananda, preocupado com o estado em que se encontrava o Buda, impediu-lhe a passagem. Ouvindo a discussão, o Buda permitiu-lhe que se aproximasse e perguntasse o que desejava. 0 caminhante teve a dúvida esclarecida e, satisfeito com o ensino, converteu-se. Este foi o último discípulo convertido pelo próprio Buda. Nesse dia, ele completou oitenta anos de idade. As últimas palavras que dirigiu aos discípulos, foram: "O fim e inerente a todos os seres! 




Procurem a sua salvação com persistência! " Uma lenda budista afirma que "as duas arvores sala gêmeas transformaram-se em flores, desabrochando fora da estação. Elas se desprenderam e caíram, espalhando-se e cobrindo todo o corpo do Buda. E a música celeste soou pelos ares..." Era o fim da vida sublime do Buda Sakyamuni, que havia procurado paz e harmonia durante toda a sua existência, em dedicação a Lei Mística. O seu mais elevado pensamento foi incorporado no Sutra de Lótus, ensinado durante seus últimos oito anos da vida. Antes de revelar o verdadeiro ensino, ou a total profundeza de sua iluminação, Sakyamuni sentiu que deveria antes propor expedientes temporários que estivessem de acordo coma capacidade do povo. Nos primeiros ensinos do Buda, conhecidos como budismo Hinayana, ele fez advertências as pessoas que procuravam a felicidade nos prazeres materiais e físicos, permitindo-lhes perceber a inutilidade e a transitoriedade dessas vidas. O budismo Hinayana foi um sistema rigoroso e complexo que exigia a prática de severas austeridades para extinguir os desejos mundanos. A seguir, o Buda revelou a felicidade eterna no budismo Mahayana provisório, através de citações de um paraíso em um outro mundo, onde os homens entrariam após a morte. Então, no seu mais elevado ensino, o Sutra de Lótus, tornou claro que, para aquele que percebe a realidade última em sua vida, o seu próprio mundo se transforma numa terra eternamente iluminada. Qual e a realidade última da vida! O próprio Sakyamuni permaneceu calado a esse respeito. 


Especialmente para resolver esta questão, muitos estudiosos budistas passaram todas as suas vidas buscando a essência da iluminação de Sakyamuni. Foi somente com o advento do Buda Original Nitiren Daishonin, que esta realidade última foi esclarecida. Daishonin revelou o Gohonzon como sendo a realidade última da vida, para que toda a humanidade da época atual, denominada Mappo, pudesse igualmente despertar para o caminho da iluminação. As Quatro Nobres Verdades de Buddha Assim foi dito por Buddha, o iluminado. Por não compreender e não realizar quatro coisas, que eu discípulos, da mesma forma que vocês, tivemos que vagar tão longamente através desta roda dos renascimentos. E quais são essas quatro coisas? 1.A nobre verdade do sofrimento. 2.A nobre verdade da causa do sofrimento. 3.A nobre verdade da extinção da causa do sofrimento. 4.A nobre verdade da senda que leva à extinção do sofrimento. Enquanto o absoluto e verdadeiro conhecimento e introspecção relativos a estas Quatro Nobres Verdades não estavam perfeitamente claros em mim, eu não estava certo que tinha atingido a suprema iluminação que é insuperável em todo o mundo. Mas tão logo o absoluto e verdadeiro conhecimento e introspecção relativos a estas Quatro Nobres Verdades se tornaram perfeitamente claros em mim, surgiu a certeza que tinha atingido esta suprema iluminação insuperável. Então descobri essa profunda verdade, tão difícil de perceber, difícil de compreender, tranqüilizante e sublime à qual não é para ser ganho por mero intelecto e é visível apenas ao sábio. 1ª - A Nobre Verdade do Sofrimento Nascimento é sofrimento, doença é sofrimento, morte é sofrimento, tristeza, lamentação, dor, pesar e desespero são sofrimento. Não ter o que se deseja é sofrimento, separação do que se deseja é sofrimento, união com o que não se deseja é sofrimento. Saudade é sofrimento, ser escravo de um passado já morto e um futuro inexistente é sofrimento. Ser presa fácil de estímulos exteriores de toda ordem é sofrimento. 






Quando sopram os ventos da sensibilidade nós vamos cegamente a sensualidade, quando sopram os ventos da raiva nós vamos cegamente a violência, quando sopram os ventos da agitação e preocupação nós vamos cegamente em direção a ansiedade e angústia, quando sopram os ventos da dúvida nós vamos cegamente ao ceticismo. Todo sofrimento, assim como toda a nossa felicidade está na própria mente, pois nenhum inimigo nos poderá fazer tão infelizes quanto nossa mente mal dirigida. Também nenhum parente, seja pai, mãe ou irmão nos tornará tão felizes quanto nossa própria mente bem dirigida. Em resumo, os cinco agregados da existência quando objetos de apego, isto é, quando tomados como “eu” e “meu” são sofrimento. Os cinco agregados da existência são: corpo, sensações, percepções, consciência e formações mentais. 2ª - A Nobre Verdade da Causa do Sofrimento Qual é a causa do sofrimento? é a ignorância, o desejo, o apego, a cobiça, o ódio, e a ilusão. Mas aonde o desejo e a ignorância surgem? aonde estão suas raízes? Aonde houver coisas deliciosas e agradáveis lá o desejo e ignorância surgem, lá eles têm as suas raízes. Visão, audição, olfato, paladar, tato e a mente são deliciosos e agradáveis lá o desejo e a ignorância surgem, lá eles fincam raízes. Quando percebemos um objeto pela visão, se o objeto é agradável a pessoa é atraída e se é desagradável a pessoa o repele. Então, seja qual for a sensação que experimente, se a pessoa o aprova e acha agradável então a sensação condiciona o desejo, e desejando a pessoa se apega ao objeto desejado. Então o desejo condiciona o apego. Quando a pessoa se apega ela irá agir pela palavra ou pelo o corpo para possuir o objeto desejado. Deste modo, então o apego condiciona a ação (Karma) ou processo de vir a ser. O processo de vir a ser (ou existência) condiciona o nascimento. Dependendo do nascimento, a decadência e a morte, tristeza e lamentação dor e pesar, ressentimento e desespero. Assim surge essa imensa massa de sofrimento. 3ª - A Nobre Verdade da Extinção da Causa do Sofrimento O que é a extinção do sofrimento? É a completa erradicação e desaparecimento da ignorância, desejo, apego, cobiça, ódio e ilusão e em conseqüência o abandono e libertação da ilusão do EU e do MEU. Com a extinção da ignorância o desejo é extinguido. Pela cessação do desejo cessa-se o apego. Pela cessação do apego o processo de vir a ser ou as ações (Karma) é extinguido. Pela cessação de vir a ser ou existência, o nascimento é extinguido. Pela cessação do nascimento, a decadência e a morte, tristeza e a lamentação, dor pesar, ressentimento e desespero serão extinguidos. 






Assim se dá a extinção de toda esta massa sem sofrimento. Nirvana Isso verdadeiramente é a paz, isto é, o mais elevado a saber o fim de todas as formações Kármicas, o abandono de todo substrato de ressarcimento, o fim da ignorância, do desejo, e apego, da cobiça, ódio e ilusão. Encantado pelo desejo, irado pela cobiça, vendado pela ilusão, derrotado com a mente enganada, o homem, pela ignorância provoca a sua própria ruína, a ruína de outros e a ruína de ambos, e ele experimentará sofrimento mental e pesar. Mas se a ignorância e desejo e apego, cobiça, ódio, e ilusão forem abandonados, o homem não mais provocará a sua própria ruína, a ruína de outros, nem a ruína de ambos, não mais experimentando sofrimento mental e pesar. Assim é o Nirvana, imediato, visível nesta vida, convidado, atrativo e compreensível apenas pelo sábio. A extinção completa, total e global, sem deixar qualquer vestígio da ignorância, desejo e apego, cobiça, ódio e ilusão, isto verdadeiramente é chamado de NIBBANA. O Arahat (Monge) - O Santo Sábio e Iluminado E para o discípulo assim livre, em cujo coração reina a paz não há nada mais a ser acrescentado àquilo que ele já faz, nem nada mais resta para ele a fazer. Como uma sólida massa de rocha. Formas visuais ou sons, odores ou gostos, contatos de qualquer natureza, o desejável ou o indesejável, nada poderá fazê-lo entrar em vibração, inabalável está a sua mente. Foi ganha a libertação. E ele que já atingiu o supremo equilíbrio e equanimidade à todas as coisas deste mundo, não é mais perturbado por nada, seja o que for. Ele está livre da raiva, da tristeza e da saudade, ele passou além do nascimento, decadência e morte. 4ª - Nobre Verdade da Senda que Leva à Extinção do Sofrimento Os dois extremos e a Senda do meio. Os prazeres sensuais, o comum, o vulgar, o mundano, sem qualquer sentido para o progresso na Senda espiritual. Ou: A mortificação do corpo que é dolorosa e também sem vantagem qualquer para a vida santa. Ambos estes extremos, o iluminado evitou e descobriu a Senda Média, a qual propícia qualquer um ver e a compreender, leva à paz, ao discernimento, a iluminação e ao NIBBANA. E qual é a Senda do Meio? É a nobre Senda Óctupla: 

 1) Palavra Correta 
2) Ação Correta 
3) Meio de Vida Correto (Moralidade) 
4) Esforço Correto 
5) Plena Atenção Correta 
6) Concentração Correta (Concentração) 
7) Correta Compreensão 
8) Correto Pensamento (Sabedoria) Livre da dor e tortura é esta Senda, livre de lamentos e sofrimento uma Senda perfeita. 




Verdadeiramente, como esta Senda não existe outra para a purificação dos seres. Se você seguir está Senda porá fim ao sofrimento. Mas cada um tem que lutar por si próprio, o iluminado apenas aponta o caminho.

 1) Palavra Correta 
a) Abster-se de mentir e de Caluniar. 
b) Abster-se de levar e de trazer conversas que causem desarmonia e discórdia.
 c) Abster-se de palavras pesadas, duras e ofensivas. 
d) Abster-se de tagarelice e de conversas frívolas. 
 2) Ação correta 
a) Abster-se de destruir os seres vivo, isto é, não matar. b) Abster-se de pegar para nós aquilo que não nos pertence, isto é, não roubar. c) Abster-se de errôneo comportamento sexual ( infidelidade, adultério etc.) d) Abster-se de tóxicos e de bebidas alcoólicas que entorpeçam a mente. 
 3) Meio de vida correto
Abster-se de profissões como: a) caçador, pescador, abatedor; 
b) comércio de armas e drogas, bebidas, cigarros etc. O meio de vida deve ser honesto, para o bem comum e nunca prejudicando e explorando nosso semelhante. 
 4) Esforço Correto 
a) O Esforço de evitar o mal. 
b) O Esforço de superar o mal. 
c) O Esforço de fazer surgir o bem. 
d) O Esforço de manter e de desenvolver o bem. 
 5) Plena Atenção Correta
a) Atenção sobre o corpo
 b) Atenção sobre as sensações. 
c) Atenção sobre os estados de consciência. 
d) Atenção sobre os objetos da mente. 
 6) Concentração Correta 

A concentração é a mente unipolarizada, isto é: mente voltada para um único ponto. 

Existem cinco obstáculos para o desenvolvimento da concentração: l - Sensualidade (luxúria) 
II - Raiva, ira, ódio. 
III - Sonolência, preguiça e torpor. 
IV - Agitação e preocupação. 
V - Dúvida 
 7) Correta Compreensão 
a) Compreender as quatros nobres verdades. 
b) Compreender as três características da existência. 
c) Compreender as ações meritórias e a raiz dessas ações. 
d) Compreender as ações demeritórias e a raiz dessas ações. 
 8) As Quatros Nobres Verdades 
O homem comum, desprovido de correta compreensão, é ignorante dos ensinamentos dos homens Santos e não é treinado na nobre doutrina. Seu coração é possuído e dominado pela: 
 1) Ilusão da existência de um eu; 
2) Pela dúvida; 
3) Pelo apego e meras regras e rituais; 
4) Pelo desejo sensual; 
5) Pela raiva.
 E como livrar-se destas coisas ele não sabe! 
Não sabendo o que é digno de considerações e o que é indigno (para libertar-se desses cinco grilhões) ele acaba considerando justamente o que é indigno e não o que é digno. 

E pela ignorância ele se preocupa e reflete dessa maneira: O mundo é eterno ou temporal? Finito ou infinito? O princípio vital é idêntico ao corpo ou alguma coisa diferente? 


O Buda continuará depois a morte ou não? Eu existi no passado ou não existi numa vida passada? O que eu fui na vida passada? Quem eu fui na vida passada? Eu existirei numa vida futura ou eu não existirei numa vida futura? Eu sou ou eu não sou? O que sou eu? Como sou eu? Este ser, de onde ele veio, para onde vai? "Sábias" Considerações! O instruído e nobre discípulo entretanto, que sabe os ensinamentos dos homens Santos e é bem treinado na nobre doutrina; compreende o que é digno de consideração e o que é indigno. E assim sabendo, ele considera o digno e não o indigno. O que é sofrimento, ele sabiamente considera. O que é a origem do sofrimento, ele sabiamente considera. O que é a extinção do sofrimento, ele sabiamente considera. 


Qual é a Senda que leva a extinção do sofrimento, ele sabiamente considera. b) As três características da existência são: 

 1) Impermanência 
2) Insatisfatoriedade 
3) Impessoalidade 

 O corpo é impermanente, as sensações, são impermanentes, as percepções são impermanentes, as formas mentais são impermanentes, e as consciências são impermanentes. E tudo o que é impermanente é sujeito ao sofrimento e mudança, não se pode corretamente dizer: isto pertence a mim, isto sou eu, isto é o meu ego. Assim como a bolha d’água é oca, vazia e insubstanciável, da mesma forma todos os fenômenos psíco-físicos são também ocos, vazios e sem um ego. 

 c) As ações Meritórias são de três tipos: 
1) Pelo corpo, o mesmo que ação correta. 
2) Pelo o verbo, o mesmo que Palavra Correta. 
3) Pela mente, o mesmo que Pensamento Correto. 
 Quais são as raízes das Ações Meritórias: 
 1) Renúncia 
2) Desapego 
3) Boa vontade 
4) Benevolência
 5) Generosidade 
6) Moralidade 
7) Meditação 
8) Reverência, gratidão e respeito 
9) Serviço inegoísta ao próximo 
10) Transferência de mérito 
11) Alegrar-se com o sucesso e o mérito de outros. 
12) Ouvir o Dhamma (Doutrina) 
13) Expor o Dhamma 
14) Ter corretos pontos de vista e correta compreensão 
15) Gratidão 
16) Respeito. 

 As Ações Demeritórias são também de três tipos: 

 1) Pelo corpo: destruir seres vivos roubar e explorar, adultério, ingerir tóxicos e bebidas alcoólicas. 
2) Pelo verbo: mentir e caluniar, levar e trazer conversas, palavras pesadas, duras e ofensivas, tagarelice e conversas frívolas. 
3) Pela mente: cobiça-egoísmo, vaidade, má vontade, ódio e raiva, errôneos pontos de vista As raízes das Ações Demeritórias são: Cobiça, ódio, ilusão ou ignorância, egoísmo. 
 8) Pensamento Correto São todos os pensamentos baseados na renúncia e desapego, tais como: Boa vontade, benevolência e amor. Bondade e camaradagem. Correta compreensão e corretos pontos de vista. Todo pensamento que for motivado pela Cobiça, Ódio, ilusão e ignorância, egoísmo, vaidade, inveja etc. Serão necessariamente pensamentos incorretos. Que todos os seres que estejam em sofrimento, possam se libertar do seu sofrimento. Que todos os seres que estejam inseguros e com medo, possam se libertar de sua insegurança e do seu temor. Que todos os seres que estejam tristes e em lamento, passam se libertar de sua tristeza e da sua lamentação. Pela realização dessas afirmações que todos os seres, sem nenhuma exceção, possam se sentir verdadeiramente muito bem e muito felizes. Gassho Possa ser esse para o bem de todos os seres.
 Fonte:http://saintgermanchamavioleta.blogspot.com.br/2010/06/mestre-gautama-buda.html